quinta-feira, 25 de junho de 2015

Redes sociais e educação

O uso das redes sociais como forma de educar...



As redes sociais estão crescendo de maneira vertiginosa no Brasil. Entre blogs, microblogs, redes de compartilhamento de fotos, imagens e vídeos, o Facebook é uma plataforma que mistura todos esses elementos e virou unanimidade entre os jovens.
Observando essas tendências e o comportamento de seus alunos, o professor de geografia Eduardo Castro, do Colégio Sidarta, em Cotia, resolveu apostar no Facebook como ferramenta de ensino à distância. “Pensava em criar um espaço fora de sala de aula para ampliar os estudos, e que viabilizasse uma interação com os alunos. Inicialmente pensei em um blog, mas, analisando o Facebook, vi que ali estava um meio com todos os elementos necessários para meu projeto de EAD”, conta Eduardo.
Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, o professor explicou que o conteúdo do ensino médio é extenso e nem sempre era possível contemplar assuntos da atualidade com a profundidade que mereciam. Dessa forma, o Facebook surgiu como um meio para a postagem de notícias, vídeos, links e arquivos que poderiam interessar aos estudantes.
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O sucesso da iniciativa entre os alunos do 3º ano foi tanto que os alunos do 2º ano também pediram um grupo de Facebook para o professor. Hoje, o volume de interações da turma do 2º ano já superou a quantidade de postagens da turma de 3º ano.
Outra vantagem do Facebook, segundo o professor, está no uso do chat. “Essa ferramenta é muito simples e possibilita plena interação entre todos nós, tanto eu com eles, como entre eles próprios. Já percebi, na prática, como funciona bem”, conta Eduardo, que vem tirando muita dúvida de aluno na véspera da prova via FB. “Eles estão sempre conectados e a receptividade é muito boa”.
Embora a turma do 2º ano tenha recebido a novidade com entusiasmo, Eduardo Castro ainda não aplicou avaliações através do Facebook para esses alunos. A turma de 3º ano já foi convidada a postar comentários sobre materiais publicados na rede social valendo nota. De acordo com o professor, a escola respaldou a iniciativa desde o começo. “Esse tipo de interação [em redes sociais] já virou um hábito irreversível dessa geração. A escola não pode ficar fechada dentro dos próprios muros. Nós, educadores, só vamos conseguir interferir efetivamente na vida e nos interesses dos alunos quando alcançarmos a linguagem deles”, diz.
 

Criado há quatro anos, o twitter é uma ferramenta que vem modificando a comunicação na internet. Entre os alunos, o microblog é uma realidade e as escolas estão percebendo sua importância na comunicação. Diversos colégios brasileiros o adotam para falar sobre eventos ou se comunicar com os pais. Em algumas partes do mundo professores estão dando um passo a mais e usando a ferramenta para desenvolver experiências pedagógicas em sala de aula.
“Estamos no momento em que a escola deve se modificar para acompanhar a realidade do aluno. O professor deixou de ser somente um transmissor e passou a ser um tutor de conhecimentos”, avalia Otacília Pereira, coordenadora do Núcleo de Tecnologias Aplicadas à Educação do Senac-SP.
O iG Educação pesquisou na internet relatos de professores que desenvolveram práticas pedagógicas que deram certo. Veja algumas ideias:
Interesse pela leitura
A historiadora especializada em Grécia Antiga Debra Hamel coloca, duas vezes ao dia, a primeira frase de um livro para despertar a curiosidade dos leitores para a obra. O post leva sempre um link para o leitor saber mais ou comprar o livro.
Criado em 2007, a página conta com mais de 2 mil primeiras frases de livros – mas todos em língua inglesa.
Concurso de contos
Escrever algo coeso em um espaço de apenas 140 caracteres é um grande desafio. A Academia Brasileira de Letras lançou um concurso de microcontos e os melhores ganharão prêmios. Esta ideia pode ser levada para a sala de aula.
Frases célebres
"Existem mais mistérios entre o céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia". Esta é uma das famosas frases do escritor inglês William Shakespeare. Que tal lançar uma frase de grandes personagens da história mundial por dia e ver quem descobre quem foi que a disse? Ela pode servir de gancho para a próxima aula, que pode ser sobre os grandes feitos desta personagem.
O site americano Historical Tweets brinca com a personalidade de pessoas famosas e publica frases que poderiam ter sido ditas por elas. Veja como a brincadeira pode ser divertida e instrutiva ao mesmo tempo.
O que se fala por aí
A página www.twitterfall.com tem um bom sistema de busca por assuntos relacionados. Basta colocar o símbolo sustenido (#) seguido pela palavra que representa o tema da aula e o sistema traz uma lista do que está sendo dito sobre o assunto. Assim, os alunos poderão vivenciar que o que aprendem na sala de aula é bastante necessário para que possam participar do que acontece no mundo.
Geografia no twitter
O professor Tom Barrett inventou um jogo interessante e contou com a colaboração de seus contatos no twitter para colocar seus alunos da 5ª série para pensar. Ele pediu à sua rede de contatos dicas sobre suas localizações por meio do microblog e colocou seus alunos para procurar estes pontos de referência no Google Earth.
Explicando Matemática
Uma professora do ensino básico dos EUA teve uma ideia simples de usar o twitter para explicar o conceito de probabilidade. Ele pediu para sua rede de amigos que respondesse qual era a probabilidade de cair neve em suas cidades. As crianças perceberam que a probabilidade variava de cidade para cidade, aprendendo o conceito das variáveis.
Preparações
Para uma experiência com o microblog funcionar bem, assim como uma aula tradicional, é necessário um planejamento prévio. O professor Tom Barrett deixa alguns conselhos em seu blog que podem ajudar bastante:
- Ao propor uma atividade que envolva sua rede de contatos, lance a pergunta com um ou dois dias de antecedência à aula, para que seus amigos tenham tempo hábil para participar.
- Mantenha-se aberto às novidades: às vezes, a proposta inicial pode se mostrar não tão satisfatória quanto o planejado, mas dela podem surgir outros aprendizados. Mude a proposta, se for necessário.
- Observe os alunos durante a navegação. Seja um condutor e deixe que a curiosidade deles flua. As descobertas podem gerar novas experiências.


Vídeos têm sido cada vez mais utilizados como recurso pedagógico. O uso de vídeos respeita as teorias dos estilos de aprendizagem e das múltiplas inteligências: alguns (ou muitos?) alunos aprendem melhor quando são submetidos a estímulos visuais e sonoros, em comparação com uma educação baseada somente em textos.
Vídeos podem ser utilizados para enriquecer aulas presenciais e em educação a distância; os professores podem produzir vídeos, assim como os próprios alunos, como atividades de criação. Vídeos podem, também, ser utilizados para registrar o progresso dos alunos em atividades e resoluções de problemas, dentre várias outras aplicações.
Uma experiência recente realizada com o YouTube no ensino superior foi conduzida pela professora Alexandra Juhasz, que ministrou a disciplina Learning from YouTube no Pitzer College, em 2007. Eu comentei a experiência em Vídeos em EaD.
Outra, mais recente, é o curso YouTube for Educators, oferecido pela Boise State University.




O orkut oferece muitas formas de interação com diversas pessoas, estimulando assim o contato com a diversidade social, sendo que as pessoas que o utilizam são das mais variadas culturas e personalidades .
Uma possível limitação no uso do orkut em ambientes pedagógicos é que o mesmo não oferece assuntos de cunho científico e é apenas uma ambiente virtual, sendo que a escola precisa ter um ambiente informatizado e professores capacitados para o corrente uso deste em sala de aula.
As oportunidades encontradas em usar o orkut são voltadas ao estímulo dos alunos em fazer uma rede de amigos e se manter informado pelo assunto de seu interesse. A utilidade pedagógica é aliar conteúdo X interação, fazendo com que os alunos conheçam os diferentes ambientes/comunidades que são discutidos tais temas. A prática também se alia a informação a ser mediada e transformada em conhecimento.
Penso que para a educação, o orkut é mais uma proposta que pode tornar o processo ensino/ aprendizagem mais significativo e contribuir para a inclusão digital, sendo esta também mais uma forma, apesar de limitada, de integrar tecnologia e educação.


POSSÍVEIS ATIVIDADES DE UTILIZAÇÃO DO ORKUT EM ATIVIDADES ESCOLARES- Criação de comunidades contendo conteúdos a serem discutidos pelos alunos em sala de aula, envolvendo temas transversais como: sexualidade, drogas, etc. Sendo que estas discussões devem ser mediadas pelo professor ( informação/ conhecimento);

- Debate em sala de aula sobre a diversidade de pessoas que utilizam o orkut, analisando os perfis aos quais os jovens e adolescentes se identificam.



Engajar alunos é um desafio diário para professores, sejam eles de instituições superiores tradicionais ou de ensino a distância. Em tempos de internet, prender a atenção do estudante se transformou em uma verdadeira batalha e, nessa luta, os gestores são importantes aliados. Por vezes, são eles que, com uma visão que vai para além do dia-a-dia, enxergam oportunidades onde muitos só vêem problemas. Assim acontece com o Instagram, a rede social de compartilhamento de fotos que muitos acreditam ser uma distração mas que pode, com alguns ajustes, se tornar uma excelente ferramenta educacional e ser utilizada por gestores, professores e, é claro, alunos.
Criado em 2010, um dos principais trunfos do Instagram é sua simplicidade: uma linha do tempo de fotos e, mais recentemente, vídeos de 15 segundos, que as pessoas curtem ou comentam. Se por um lado pode parecer limitadora, por outro, tal característica permite que se faça usos mais controlados da plataforma.
Antes de adaptar ideias, é bom pensar na conta de Instagram. Para que os experimentos não saiam do controle de professores e gestores, o ideal é criar uma conta para a turma. Para tanto, basta ter um endereço de e-mail e um smartphone. Por mais que os tempos sejam outros, a instituição não pode deixar de se preocupar com a privacidade e a segurança dos seus estudantes. Por isso, ao criar um perfil para uma determinada turma, a dica é fazer dela uma conta privada, que só quem tiver o acesso liberado poderá visualizar.
Ajustes feitos, é hora de começar a usar o Instagram:
1) Vitrine de trabalho dos alunos: além dar acesso aos alunos da turma, um perfil no Instagram poderá dar acesso também a outros estudantes da mesma instituição e funcionar de expositor para o que está sendo feito por lá. Um vídeo com a resposta a pergunta do conteúdo trabalhado, uma foto que funciona de referência para alguma matéria são exemplos de postagens que transformam a conta em vitrine para colegas.
2) Aluno da semana: uma forma interessante de engajar os alunos no uso da ferramenta é convidá-los para participar ativamente da sua atualização. Uma ideia é transformar os estudantes em embaixadores do Instagram. A cada semana, um deles será responsável por documentar o andamento das aulas.
3) Memórias da classe: outro bom uso do Instagram é fazer da conta um álbum de retratos. Documentar uma reunião em grupo, uma saída a campo, uma viagem em turma ou mesmo a apresentação de um trabalho é uma maneira de guardar lembranças desses momentos.
4) Figuras históricas: o Instagram também pode servir para ajudar a aflorar a imaginação dos alunos. Que tal convidá-los a recriar o Instagram de alguém muito famoso como, por exemplo, Albert Einstein, com fotos emblemáticas da sua história? Escolha uma personagem importante para a matéria e deixe os estudantes livres para se expressar.
5) Personagens literários: a ideia de criar perfis para figuras históricas pode ser levada a outro patamar, ao da imaginação pura e simples. Quem sabe pegar um personagem literário como Sherlock Homes ou do cinema como Don Corleone e deixar os estudantes responsáveis por criar uma versão verossímil do que seria o perfil no Instagram dessas personagens da ficção?
6) Recomendações literárias: o Instagram da turma pode também se transformar em uma ferramenta de troca de sugestões, no qual os alunos postam imagens de livros que estão lendo para determinada matéria e que podem ajudar os demais.
7) Passo-a-Passo: para trabalhos práticos, ou mesmo para a resolução de problemas do tipo matemático, por exemplo, o Instagram se mostra uma ferramenta ainda mais útil. Tem suporte melhor para fazer um passo-a-passo de algo do que imagens ou vídeos?
8) Caça-ao-tesouro: a conta da turma do Instagram também pode servir de ponto de encontro para experiências fora de aula, mas que, de alguma forma, se relacionam com o conteúdo. Basta que os professores desafiem seus alunos a encontrarem e fotografarem coisas específicas no mundo ao seu redor. A ideia é reunir em um só lugar diferentes pontos de vista sobre algo.
9) Ideias por escrito: inspire seus alunos com imagens que dariam um boa história. Uma postagem pode servir de tema para um trabalho a ser feito individualmente em casa ou mesmo para o surgimento de uma nova série de imagens feitas pelos estudantes.
10) Progresso do trabalho: o Instagram também é uma ferramenta interessante de documentação. Imagine chegar no final de um curso com várias imagens reunidas do período de ensino e aprendizado daquela turma?


Fontes: Canal do Ensino
              Último segundo
              João Mattar
              EducaOrku
             Desafios da educação

Como usar as redes sociais a favor da aprendizagem

 

Você sabe quantos de seus alunos possuem perfis no Orkut, no Facebook ou no Google +? Já experimentou fazer uso dessas redes sociais para disponibilizar materiais de apoio ou promover discussões online?
Cada vez mais cedo, as redes sociais passam a fazer parte do cotidiano dos alunos e essa é uma realidade imutável. Mais do que entreter, as redes podem se tornar ferramentas de interação valiosas para auxiliar no seu trabalho em sala de aula, desde que bem utilizadas. "O contato com os estudantes na internet ajuda o professor a conhecê-los melhor", afirma Betina von Staa, pesquisadora da divisão de Tecnologia Educacional da Positivo Informática. "Quando o professor sabe quais são os interesses dos jovens para os quais dá aulas, ele prepara aulas mais focadas e interessantes, que facilitam a aprendizagem", diz.

Se você optou por se relacionar com os alunos nas redes, já deve ter esbarrado em uma questão delicada: qual o limite da interação? O professor deve ou não criar um perfil profissional para se comunicar com os alunos? "Essa separação não existe no mundo real, o professor não deixa de ser professor fora de sala, por isso, não faz sentido ele ter dois perfis (um profissional e outro pessoal)", afirma Betina. "Os alunos querem ver os professores como eles são nas redes sociais".

Mas, é evidente que em uma rede social o professor não pode agir como se estivesse em um grupo de amigos íntimos. "O que não se pode perder de vista é o fato de que, nas redes sociais, o professor está se expondo para o mundo", afirma Maiko Spiess, sociólogo e pesquisador do Grupo de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Ele tem que se dar conta de que está em um espaço público frequentado por seus alunos". Por isso, no mundo virtual, os professores precisam continuar dando bons exemplos e devem se policiar para não comprometerem suas imagens perante os alunos. Os cuidados são de naturezas diversas, desde não cometer erros de ortografia até não colocar fotos comprometedoras nos álbuns. "O mais importante é fazer com que os professores se lembrem de que não existe tecnologia impermeável, mas comportamentos adequados nas redes", destaca Betina von Staa.

A seguir, listamos cinco formas de usar as redes sociais como aliada da aprendizagem e alguns cuidados a serem tomados:

1. Faça a mediação de grupos de estudo
Convidar os alunos de séries diferentes para participarem de grupos de estudo nas redes - separados por turma ou por escolas em que você dá aulas -, pode ajudá-lo a diagnosticar as dúvidas e os assuntos de interesse dos estudantes que podem ser trabalhados em sala de aula, de acordo com os conteúdos curriculares já planejados para cada série.
Os grupos no Facebook ou as comunidades do Orkut podem ser concebidos como espaços de troca de informações entre professor e estudantes, mas lembre-se: você é o mediador das discussões propostas e tem o papel de orientar os alunos.
Todos os participantes do grupo podem fazer uso do espaço para indicar links interessantes ou páginas de instituições que podem ajudar em seus estudos. "A colaboração entre os alunos proporciona o aprendizado fora de sala de aula e contribui para a construção conjunta do conhecimento" explica Spiess.

2. Disponibilize conteúdos extras para os alunos

As redes sociais são bons espaços para compartilhar com os alunos materiais multimídia, notícias de jornais e revistas, vídeos, músicas, trechos de filmes ou de peças de teatro que envolvam assuntos trabalhados em sala, de maneira complementar. "Os alunos passam muitas horas nas redes sociais, por isso, é mais fácil eles pararem para ver conteúdos compartilhados pelo professor no ambiente virtual", diz Spiess.
Esses recursos de apoio podem ser disponibilizados para os alunos nos grupos ou nos perfis sociais, mas não devem estar disponíveis apenas no Facebook ou no Orkut, porque alguns estudantes podem não fazer parte de nenhuma dessas redes. Para compartilhar materiais de apoio e exercícios sobre os conteúdos trabalhados em sala, é melhor utilizar espaços virtuais mais adequados, como a intranet da escola, o blog da turma ou do próprio professor.

3. Promova discussões e compartilhe bons exemplos
Aproveitar o tempo que os alunos passam na internet para promover debates interessantes sobre temas do cotidiano ajuda os alunos a desenvolverem o senso crítico e incentiva os mais tímidos a manifestarem suas opiniões. Instigue os estudantes a se manifestarem, propondo perguntas com base em notícias vistas nas redes, por exemplo. Essa pode ser uma boa forma de mantê-los em dia com as atualidades, sempre cobradas nos vestibulares.

4. Elabore um calendário de eventos
No Facebook, por meio de ferramentas como "Meu Calendário" e "Eventos", você pode recomendar à sua turma uma visita a uma exposição, a ida a uma peça de teatro ou ao cinema. Esses calendários das redes sociais também são utilizados para lembrar os alunos sobre as entregas de trabalhos e datas de avalições. Porém, vale lembrar: eles não podem ser a única fonte de informação sobre os eventos que acontecem na escola, em dias letivos.

5. Organize um chat para tirar dúvidas
Com alguns dias de antecedência, combine um horário com os alunos para tirar dúvidas sobre os conteúdos ministrados em sala de aula. Você pode usar os chats do Facebook, do Google Talk, do MSN ou até mesmo organizar uma Twitcam para conversar com a turma - mas essa não pode ser a única forma de auxiliá-los nas questões que ainda não compreenderam.
A grande vantagem de fazer um chat para tirar dúvidas online é a facilidade de reunir os alunos em um mesmo lugar sem que haja a necessidade do deslocamento físico. "Assim que o tira dúvidas acaba, os alunos já podem voltar a estudar o conteúdo que estava sendo trabalhado", explica Spiess.

Cuidados a serem tomados nas redes
- Estabeleça previamente as regras do jogo
Nos grupos abertos na internet, não se costuma publicar um documento oficial com regras a serem seguidas pelos participantes. Este "código de conduta" geralmente é colocado na descrição dos próprios grupos. "Conforme as interações forem acontecendo, as regras podem ser alteradas", diz Spiess. "Além disso, começam a surgir lideranças dentro dos próprios grupos, que colaboram com os professores na gestão das comunidades". Com o tempo, os próprios usuários vão condenar os comportamentos que considerarem inadequados, como alunos que fazem comentários que não são relativos ao que está sendo discutidos ou spams.

- Não exclua os alunos que estão fora das redes sociais
Os conteúdos obrigatórios - como os exercícios que serão trabalhados em sala e alguns textos da bibliografia da disciplina - não podem estar apenas nas redes sociais (até mesmo porque legalmente, apenas pessoas com mais de 18 anos podem ter perfis na maioria das redes). "Os alunos que passam muito tempo conectados podem se utilizar desse álibi para convencer seus pais de que estão nas redes sociais porque seu professor pediu", alerta Betina.
A mesma regra vale para as aulas de reforço. A melhor solução para esses casos é o professor fazer um blog e disponibilizar os materiais didáticos nele ou ainda publicá-los na intranet da escola para os alunos conseguirem acessar o conteúdo recomendado por meio de uma fonte oficial.
Com relação aos pais, vale comunicá-los sobre a ação nas redes sociais durante as reuniões e apresentar o tipo de interação proposta com a turma.


Fontes: Revista Escola

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A importância das redes sociais para a educação



Rede social, em princípio, foi utilizada principalmente pelos jovens como mero "instrumento" de comunicação e com o único propósito de fazer contato com várias pessoas de seu interesse. Posteriormente, poucas pessoas não reconheceram o potencial dos recursos na formação de redes sociais, especialmente quando ocorreram situações de alto impacto social, tais como terremotos, tsunamis, eventos sociais, situações políticas e assim por diante. Recentemente, com a notável expansão das redes sociais, algumas instituições de ensino passaram a dar alguma atenção a esta nova forma de divulgação de informações entre os alunos.


Atualmente, essas pessoas têm encontrado ou descoberto algumas aplicações úteis na educação. As redes sociais podem gerar novas sinergias entre os membros de uma comunidade educativa, como por exemplo: facilita o compartilhando de informações envolvendo temas estudados em sala de aula, o estudo em grupo, a divulgação dos mais diversos conteúdos informativos, o compartilhamento de recursos (documentos, apresentações, links, vídeos) e, sobretudo, de projetos e fortalece o envolvimento dos alunos e professores e cria um canal de comunicação entre eles e outras instituições de ensino.


Com a utilização de um espaço de colaboração, como redes sociais, o professor por sua vez terá a oportunidade de verificar aspectos muitas vezes difíceis de serem identificados em uma sala de aula, como a capacidade de elaborar textos, melhoria do desenvolvimento na escrita, a pesquisa sobre um assunto, a apresentação de uma opinião e o debate entre os alunos.


A utilização das redes sociais como plataformas de ensino é uma opção para a construção do relacionamento entre os alunos e professores. Sendo assim, esses professores e alunos usam algumas redes para trocar experiências, avaliações e conteúdos com informações de aprendizagem em todos os níveis de estudos. As redes sociais têm sido utilizadas por professores como plataforma de intercâmbio de informação e comunicação. As redes sociais também podem ser usadas de inúmeras maneiras pelos educadores, tais como: criar comunidades de aprendizagem para a escola, classe ou disciplina; compartilhar metodologia, programas, informações e ideias com outros professores; gerar um relacionamento didático e dinâmico entre profissionais da área etc.


Existem várias aplicações que os alunos intuitivamente encontram para uso em educação, por exemplo, para compartilhar todas as informações, consultar notas e resultados de trabalho, participar de enquetes, questões de exame, esclarecimento de dúvidas, data de interesses da classe, estudos de caso, instruções sobre tarefas, dicas para elaboração e entrega do trabalho e assim por diante.



terça-feira, 23 de junho de 2015

Redes Sociais - Uma nova Educação é possível?


NÃO SE TRATA DE SABER O QUE A EDUCAÇÃO PODE FAZER PELAS NOVAS TECNOLOGIAS, MAS SIM, O QUE AS NOVAS TECNOLOGIAS PODEM FAZER PELA EDUCAÇÃO

Em outras épocas, a Educação sempre foi a mola propulsora de novos padrões, costumes, revoluções sociais, inovando tradições, renovando hábitos e costumes dos povos numa maneira geral, trazendo modismos e criatividade. Hoje, as pressões sociais e as tecnologias nos empurram para um novo estilo de vida, de consumo informacional, de processos colaborativos e uma nova maneira de vivenciar a construção do conhecimento. A perda da hegemonia escolar pelas novas bandeiras sociais ocorre justamente porque a Escola não consegue estabelecer-se como movimento de vanguarda e ineditismo na maneira de ensinar e aprender.
Entender o processo pela qual as sociedades estão vivenciando é o primeiro ato desse novo teatro político-social e educacional. A relação ensino-aprendizagem, em todas as suas instâncias, se estabelece num conjunto de forças de uma nova ordem social, guiada pelas correntes tênues de um sistema de comunicação cujos filamentos gregários, incendeiam pólvoras e disseminam informações de toda ordem no cenário das redes de comunicação. A esse movimento denominamos REDES SOCIAIS.
O professor doutorando em Informática na Educação, pela UFRGS, conversa com o PORTAL EAD BRASIL e coloca algumas interpretações e inquietações desse movimento sugerindo novos olhares para uma Educação, que na sua concepção, precisa fazer sentido.

PORTAL EAD BRASIL: O Brasil sempre foi um país para se testar novos equipamentos, tecnologias, processos industriais, comportamentos. É assim também na Educação? O Brasil se estabelece como um país do tipo laboratório ou balão de ensaio para as novas relações no processo Ensino-Aprendizagem?

Cláudio de Musacchio: O Brasil possui duas qualidades invejáveis: flexibilidade e adaptação. Seus empresários observam oportunidades rapidamente, num mundo de transformações constantes. Lá fora, quando mudam as regras comerciais, industriais, o Brasil logo se adapta e se flexibiliza para dar conta das mudanças.  Mas o mesmo não ocorre em outros setores da economia, como por exemplo, na Educação e na formação do povo brasileiro.  Somos sim um balão de ensaio, testamos quase tudo o que se pode imaginar, mas aprendemos muito com tudo isso. Na Educação não é diferente, todos sabemos o que é preciso fazer, onde aplicar os recursos, a quem devemos capacitar e habilitar para novos olhares. É preciso só da vontade política de fazer.

PORTAL EAD BRASIL: Nos últimos anos do Governo Lula e na Gestão da Presidente Dilma Rousself, a Educação vem tentando recuperar sua imagem, através da luta pela valorização do professor, das condições de trabalho, de projetos educacionais, de leis e de formação de professores. Na sua opinião, estamos avançando na qualidade educacional ou não?

Cláudio de Musacchio: O movimento pela Educação está ocorrendo já faz algum tempo. A sociedade brasileira sabe da importância que a educação tem na formação dos jovens, mas busca seu espaço e importância junto aos órgãos públicos, que não dão a mesma primazia. Nas últimas duas décadas o Brasil passou por profundas mudanças na política, na economia, e seu desenvolvimento ultrapassou todos os prognósticos previstos. O Brasil é hoje uma economia forte, e o mundo começa a olhar para o Brasil com projetos de investimentos e país possível para aplicação de seus capitais. Há muito investimento sendo realizado. Na educação especificamente, estão surgindo escolas de nível de excelência internacional, exportando qualidade e metodologias inovadoras, enquanto outras ainda estão muito atrasadas. As escolas públicas precisam participar dessa onda de mudanças metodológicas e tecnológicas sob pena de se sucatearem rapidamente. E neste contraste muito forte entre as que estão dando certo e as que estão ficando para trás está a decisão de se capacitar professores com metodologias e tecnologias para o ensino que se quer para o século XXI. É preciso que os professores voltem a estudar e se aprimorar, conhecer aspectos tecnológicos, buscar as metodologias de exemplos vencedores e encontrar novos espaços de conhecimentos para seu fazer docente, mesmo que suas instituições de ensino não os incentive para isso.Deve ser desejo pessoal em querer alterar o atual quadro educacional brasileiro.

PORTAL EAD BRASIL: Existem duas forças atuando na Educação: metodologias educacionais e tecnologias educacionais. Como estão essas forças e como elas podem alavancar o Brasil para uma Educação que dê conta da formação dos jovens para a cidadania e para o mercado de trabalho?
Cláudio de Musacchio: As escolas brasileiras estão demorando demais para aceitar o seu eterno papel, que é o de oportunizar para o seu povo ensino e aprendizagem de qualidade. E isso significa, em outras palavras, aprender. Aprender para ensinar. Aprender tecnologias e utilizar essas tecnologias como instrumento de ensino, em primeiro lugar. Isso passa por necessidades emergentes de capacitação de todo o tecido educacional, desde o porteiro da escola até a sua gestão máxima. Não se trata de saber o que a educação pode fazer pelas tecnologias, mas sim, o que as tecnologias pode fazer pela educação. O outro ponto é mais severo ainda, a questão metodológica. A Escola precisa recuperar sua hegemonia como centro de excelência em construção de conhecimento, ou o mercado o fará, e já está fazendo. As universidades corporativas estão criando também espaços para o ensino fundamental e médio, substituindo a escola. É premente que ela se ajuste a nova ordem social e se estabeleça como uma instituição que vê o novo com bons olhos e estuda os fenômenos e incorpora em seus projetos políticos pedagógicos (PPP). O Brasil realmente vai avançar a passos largos quando perceber que educar é acima de tudo entender o que a sociedade espera da escola neste momento. E todos nós concordamos o que a Escola precisa ser para todos nós.

PORTAL EAD BRASIL: A revolução social e educacional experimenta um novo paradigma atualmente: as redes sociais. Elas estão dando voz para o povo, engendrando novas forças de informação, de organização, revolucionando a maneira como se relacionar na sociedade hoje em dia. Como as redes sociais podem auxiliar a Educação?

Cláudio de Musacchio: O mundo está dando um pulo significativo na forma de se relacionar e trocar informações, ensinamentos e aprendizagens. Novos paradigmas e novos paradoxos. As redes sociais trouxeram um novo viés ao já complicado e intrincado movimento social estabelecido: rápido consumo informacional, novas formas de agrupamento social, a forma de aumentar seu grupo de relações, aumento substancial dos grupos de formação de opinião, e o deslocamento do poder de massa dos veículos de comunicação para as mãos da sociedade. O que as redes sociais podem fazer? Tudo. E a Escola precisa se aliar rapidamente a essa nova estrutura de organização para se engendrar nesse tecido social. A Escola se quiser sobreviver e voltar a ser hegemônica, deve sair da Escola e entrar no mundo virtual dos professores e alunos e participar ativamente dos movimentos sociais, das relações existentes, das oportunidades que as redes sociais subscrevem. Pode ser por aí a grande recuperação da Escola como centro formador de opinião.

PORTAL EAD BRASIL: Sabendo dessa importância toda que as redes sociais estão obtendo na vida das pessoas, como trazer essas redes para o âmbito educacional? Como a Escola pode se alinhar as redes sociais para melhorar a Educação?

Cláudio de Musacchio: Primeiro, considerar que as redes sociais são por si só, um ambiente que aprende e ensina ao mesmo tempo, numa velocidade estrondosa. Segundo, é colocar as redes sociais a serviço da Educação, dentro das salas de aulas, organizando os alunos em grupos, produzindo pesquisas, trocando informações, produzindo materiais e conteúdos. As redes sociais tiram os alunos da inércia natural que o modelo tradicional de ensino possui e coloca o aluno realmente no centro produtor de conhecimento. Mas para isso é preciso preparar professores com conhecimento do uso pedagógico das redes sociais, para que ele entenda como esses ambientes podem ser integrados à Educação. A Escola deve abrir-se rapidamente a toda e qualquer tecnologia que se possa utilizar para 
ajudar o aluno a querer estudar e aprender. E todas as tecnologias têm esse potencial.

PORTAL EAD BRASIL: Diante de tantas transformações metodológicas e tecnológicas ocorrendo ao mesmo tempo na Escola, como é possível dar conta para que o ensino-aprendizagem supere suas atuais dificuldades e avance para a Educação que queremos no século XXI ?

Cláudio de Musacchio: O movimento na Educação está ocorrendo nos dois sentidos. A metodologia está sendo pressionada para incorporar tecnologias na Educação e as tecnologias que os alunos trazem para a Escola está pressionando a mudança metodológica de ensinar e aprender. O que mais se houve falar hoje em dia é: porque temos que desligar os celulares em sala de aula? Porque não posso utilizar o tablet para fazer pesquisas na Internet? Porque não temos aulas diariamente com um computador em nossa mesa? Esses e outros questionamentos oportunizam uma discussão que precisa ser realizada e resolvida. Se a Escola vai trabalhar com tecnologia é preciso que todos os alunos tenham acesso a ela e isso esbarra na condição financeira de aquisição por essa ou aquela tecnologia. Os equipamentos estão cada vez mais baratos e acessíveis a população. Hoje, praticamente todos os alunos possuem celulares. Logo, este dispositivo já deveria estar sendo utilizado dentro da sala de aula, sem que houvesse custo adicional. Mas a Escola não sabe utilizar o celular ou não possui aplicações educacionais para seu uso pedagógico. Então é preciso investir em ações inovadoras e criativas. Exemplos pontuais estão colocando estudantes para desenvolver projetos educacionais, utilizando as linguagens de programação dos celulares.

PORTAL EAD BRASIL: Muitas Escolas reclamam que os alunos perdem rapidamente a concentração com o uso de tecnologias na sala de aula. Como contornar essa situação? 

Cláudio de Musacchio: É preciso disciplinar em sala de aula o uso de tecnologias, da mesma maneira que você disciplina os alunos para abrirem e fecharem seus livros e cadernos. Existe a hora de ouvir, de falar, de desenhar, de pesquisar, de colaborar. Não vejo problema nisso, é preciso metodologia. Quanto ao uso de tecnologias eletrônicas e dispositivos móveis, também devem ser ligados e desligados no momento adequado, conforme a estratégia de ensino que o professor esteja adotando no momento. O importante é que elas estejam incorporadas ao processo. O aluno não deve nunca imaginar que seus dispositivos móveis não colaboram com seu aprendizado ou que atrapalham a sua formação.

PORTAL EAD BRASIL: Algumas correntes educacionais argumentam que as tecnologias aumentam substancialmente a sobrecarga cognitiva. Até que ponto esses dispositivos prejudicam a aprendizagem? 
Cláudio de Musacchio: Tudo que é demais faz mal. Ficar dezenas de horas seguidas trabalhando num dispositivo pode trazer danos a saúde física e mental. É preciso educação para utilizar os equipamentos e isso a escola deve ensinar também. Quanto a sobrecarga cognitiva não podemos esquecer que nosso cérebro não para nunca de trabalhar e estudos recentes na área da neurociência mostram que utilizamos diversos sentidos para aprender. As tecnologias não prejudicam a aprendizagem, o que prejudica a aprendizagem é a falta que esses dispositivos fazem para melhorar a qualidade da aprendizagem. Se os alunos possuem sobrecarga cognitiva fora da escola e estão aprendendo rapidamente, porque não aplicar essa sobrecarga cognitiva também na escola. È melhor pecar pelo excesso do que pela falta. Mas é preciso considerar que para tudo há um limite e a escola precisa ditar esses parâmetros.

PORTAL EAD BRASIL: Com as novas tecnologias, os alunos se acostumam a uma demanda informacional trazidas pelos textos, figuras, fotos, áudios e vídeos, e a um volume diário de conteúdos muito maior do que as gerações passadas. As crianças de hoje em dia possuem mais recursos tecnológicos, dentro e fora da Escola. Essa gama de informações prejudica seu desenvolvimento cognitivo e ou intelectual? 

Cláudio de Musacchio: A comparação do que uma criança aprendia na década 60 com a de agora nem se compara. O mundo se globalizou, as tecnologias circundam os alunos fora da Escola, tornando-os super consumidores de informações. Eles estudam ao mesmo tempo em que ouvem música, teclam nos celulares, visualizam suas páginas no FACEBOOK, e conversam no skype. Toda essa agitação pode levar a um stress sem dúvida. O papel da Escola é ensinar os alunos a utilizar todas essas tecnologias da maneira mais saudável possível. Mas se a Escola proíbe essas tecnologias na Escola como vai falar delas nas salas de aulas. Os alunos ficam sem uma orientação neste sentido. É neste sentido que digo que a Escola precisa encontrar seu real papel na sociedade em transformação. Quanto a demanda por inúmeras mídias utilizadas na sala de aula, isso melhora e potencializa o entendimento dos fenômenos e conteúdos escolares. A pedagogia experimental, a pesquisa científica em sala de aula e as metodologias interdisciplinares estão contribuindo para o uso multimídia do processo ensino-aprendizagem, melhorando a qualidade do ensino e tornando a aprendizagem mais significativa e duradoura. A aprendizagem precisa fazer sentido, hoje, agora, e não no último ano da Escola.

PORTAL EAD BRASIL: Como o FACEBOOK, um ambiente virtual de construção de conteúdos, poderá auxiliar os professores e alunos para essa aprendizagem significativa? 

Cláudio de Musacchio: Dentro das aplicações das redes sociais, o FACEBOOK é o mais importante instrumento criado nos últimos tempos e que se diferencia de todos os outros modelos utilizados na Educação. Seu grande diferencial repousa no fato de ser um ambiente de produção, tirando os alunos de sua inércia natural e fazendo-os pesquisar, colaborar, produzir conteúdos. Apesar do uso pelos alunos não ser educacional, sua utilização leva a uma aprendizagem social. A informação que cada aluno recebe diariamente constrói conceitos e forma opiniões que poderão ajudá-lo ou atrapalhá-lo em sua vida posterior. É papel da Escola, mais uma vez, que esse uso seja ensinado para que ele consiga discernir o certo do errado, da informação científica e não científica, do que é verdade e do que é mentira. Paulo Freire sempre dizia que a transformação social estava acontecendo fora da escola através da pedagogia social, isto é, do que se aprende fora da escola. Se a Escola desconhecer isso, ou não der a devida importância, seus alunos terão aprendido muitas coisas, e se essa aprendizagem não estiver correta, será muito mais difícil para ela, consertar isso. O FACEBOOK já era para estar dentro do programa educacional das escolas, seu ambiente é ótimo para interações, colaborações, trabalhos em grupo, vida em grupo. Os alunos são gregários, dependem uns dos outros para formarem opinião. Só nos EUA existem milhões de grupos de estudos pelo FACEBOOK. Abra o FACEBOOK e pesquise os grupos em inglês e veja por você mesmo.

PORTAL EAD BRASIL: A Educação a distância cresce em volume no mundo todo. Como essa modalidade de ensino está evoluindo no Brasil? Existem melhorias que podem ser realizadas para tornar essa modalidade mais presente nas escolas?

Cláudio de Musacchio: A educação a distância como metodologia veio para ficar e já se instalou em todos os processos sociais, nas empresas e nas indústrias, e também nas universidades. Nas escolas, existe ainda pouca ou quase nenhuma ação neste sentido. As leis brasileiras estão muito tímidas em relação ao uso da modalidade. Se quisermos colocar no mercado futuros homens com habilidades para estudarem sozinhos, em casa, se aprimorando o tempo todo, se relacionando com os demais através de aparelhos eletrônicos, muitas vezes dados pela própria empresa onde irão trabalhar, precisaremos, hoje, modificar a forma como essa capacitação pode ser realizada.  O modelo educacional deverá ser utilizado como aprendizagem da modalidade, para que os alunos se habituem a ele, mas também como instrumento educacional e estratégia de ensino. Os alunos aprendem a trabalhar em grupo, produzem materiais em grupo, utilizam emails, plataformas de edição de textos coletivos, constroem objetos a várias mãos. A educação a distância deve ser ensinada aos mais jovens, mesmo sem a distância, na sala de aula, para que mais tarde tenham a cultura do uso e da sua importância no mundo organizacional.

PORTAL EAD BRASIL: Quais são os perigos que você vê no uso de redes sociais, 
FACEBOOK e outros aplicativos e da imagem que os alunos publicam se si mesmos na Internet?

Cláudio de Musacchio: Mais uma vez a Escola peca por não estar a frente desse gravíssimo erro estrutural. Ao mesmo tempo em que a faca corta os alimentos, ela pode machucar o dedo. Tudo depende do uso que se faça da exposição da imagem. Acho que os jovens, por não terem na Escola um acompanhamento mais de perto sobre isso, estão se expondo demais, suas vidas, suas vontades, seus corpos. O problema grave é que na Internet a memória é eterna. Sempre haverá alguém com suas imagens, postando na hora mais errada da sua vida, exibindo para familiares, filhos e netos. Hoje muitas empresas de colocação de pessoal, vasculham nas redes sociais o perfil de seus candidatos antes de fecharem seus contratos de trabalho. Mas também é de responsabilidade dos pais parte dessa eterna vigília pelo bom uso das redes sociais. Mais do que nunca, os pais devem se inteirar do que os filhos estão fazendo e participar mais ativamente do mundo virtual dos filhos. Escola, professores, alunos e pais devem estar juntos, em todos os momentos, presenciais e virtuais, na eterna vigília, porque assim como a Internet é uma janela para o mundo, também é uma janela para dentro de nossa casa, e quem está lá fora, quer entrar, e sabe-se lá com que intenção.

PORTAL EAD BRASIL: Quais seriam suas recomendações para melhorar significativamente a Educação no Brasil e a Escola em particular?
Cláudio de Musacchio: Puxa vida é uma pergunta muito ampla. Mas resumindo poderia dizer que a Educação no Brasil poderia alcançar melhores níveis se tentasse resolver alguns problemas mais prementes e pontuais como:
aa)     MELHORIA FINANCEIRA DOS PROFESSORES. Não podemos imaginar uma educação melhor se os professores precisam estar em várias escolas para conseguirem melhores condições financeiras. O ensino deve ser integral e os professores precisam acompanhar esse processo de integralidade.
bb)      CAPACITAÇÃO PERMANENTE DOS PROFESSORES. É difícil imaginar numa melhoria da educação sem que os professores sejam capacitados e habilitados para entender os processos, metodologias e equipamentos tecnológicos e seu uso pedagógico. A formação deve ser contínua e os novos conhecimentos devem ser aplicados na Educação, de preferência, na mesma velocidade com que as novidades ocorrem.
cc)       ABERTURA DA ESCOLA PARA NOVAS TECNOLOGIAS. É difícil imaginar numa melhoria da educação se a Escola não conhece os recursos que o aluno traz todos os dias para a Escola. É preciso que a Escola aprenda com a tecnologia e ensine com a tecnologia, para que os alunos aprendam pela tecnologia e com a tecnologia.
dd)      PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES. De nada adianta tecnologia se velhos hábitos continuam sendo vivenciados na Escola. É preciso uma ampla reforma metodológica para que a forma de se ensinar seja compatível com a educação que queremos para o século XXI. Uma aprendizagem para ser duradoura e significativa precisa passar necessariamente pelo afeto, posto que são relações humanas, e precisa ser duradoura, para além do período escolar.
ee)      REDES SOCIAIS E O FACEBOOK. Que a Escola tome pra si a responsabilidade de educar as crianças para o uso adequado das redes sociais. E que utilize amplamente em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) as redes sociais para que as crianças aprendam mais e melhor, e que vivenciem experiências nas redes sociais que serão muito úteis em sua formação e cidadania, caráter, ética, oportunizando a construção de seres político-sociais capazes de pensar e discernir criticamente os fenômenos científicos e sociais de seu tempo.
 ff)       RECUPERAÇÃO DO PAPEL DA ESCOLA NA SOCIEDADE. A Escola perdeu o respeito por ela mesma. E isso todos nós devemos fazê-la recuperar. A Escola deve ser o centro norteador de formação de indivíduos, de órgão responsável pelo Ensino e pela Educação, juntamente com os pais. Cabe a Escola muitos papeis que precisamos urgentemente que ela assuma novamente. E que não tenham medo da palavra disciplina, ordem e progresso, pois não há nada de reacionário nisso. Todos os outros valores estão apoiados nessas premissas.


Cláudio de Musacchio
Cláudio de Musacchio é doutorando em Informática na Educação - PGIE Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Educação pela Universidade Luterana do Brasil, pós-graduado em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro e presidente do PORTAL EAD BRASIL e membro da SOCIEDADE BRASILEIRA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, coordenador do grupo de estudos INTELIGÊNCIA COMPETITIVA, ministrando palestras e dando consultorias nas abordagens e ferramentas gerenciais: gestão de inovação, comunidades de prática, gestão estratégica da informação, aprendizagem organizacional, gestão de capital intelectual, inteligência competitiva, gestão de competências e ferramentas de TI.

Fontes: Baguete