NÃO SE TRATA DE SABER O QUE A EDUCAÇÃO PODE FAZER PELAS NOVAS TECNOLOGIAS, MAS SIM, O QUE AS NOVAS TECNOLOGIAS PODEM FAZER PELA EDUCAÇÃO
Em outras épocas, a
Educação sempre foi a mola propulsora de novos padrões, costumes,
revoluções sociais, inovando tradições, renovando hábitos e costumes dos
povos numa maneira geral, trazendo modismos e criatividade. Hoje, as
pressões sociais e as tecnologias nos empurram para um novo estilo de
vida, de consumo informacional, de processos colaborativos e uma nova
maneira de vivenciar a construção do conhecimento. A perda da hegemonia
escolar pelas novas bandeiras sociais ocorre justamente porque a Escola
não consegue estabelecer-se como movimento de vanguarda e ineditismo na
maneira de ensinar e aprender.
Entender o processo
pela qual as sociedades estão vivenciando é o primeiro ato desse novo
teatro político-social e educacional. A relação ensino-aprendizagem, em
todas as suas instâncias, se estabelece num conjunto de forças de uma
nova ordem social, guiada pelas correntes tênues de um sistema de
comunicação cujos filamentos gregários, incendeiam pólvoras e disseminam
informações de toda ordem no cenário das redes de comunicação. A esse
movimento denominamos REDES SOCIAIS.
O professor doutorando
em Informática na Educação, pela UFRGS, conversa com o PORTAL EAD
BRASIL e coloca algumas interpretações e inquietações desse movimento
sugerindo novos olhares para uma Educação, que na sua concepção, precisa
fazer sentido.
PORTAL EAD BRASIL: O
Brasil sempre foi um país para se testar novos equipamentos,
tecnologias, processos industriais, comportamentos. É assim também na
Educação? O Brasil se estabelece como um país do tipo laboratório ou
balão de ensaio para as novas relações no processo Ensino-Aprendizagem?
Cláudio de Musacchio: O
Brasil possui duas qualidades invejáveis: flexibilidade e adaptação.
Seus empresários observam oportunidades rapidamente, num mundo de
transformações constantes. Lá fora, quando mudam as regras comerciais,
industriais, o Brasil logo se adapta e se flexibiliza para dar conta das
mudanças. Mas o mesmo não ocorre em outros setores da economia, como
por exemplo, na Educação e na formação do povo brasileiro. Somos sim um
balão de ensaio, testamos quase tudo o que se pode imaginar, mas
aprendemos muito com tudo isso. Na Educação não é diferente, todos
sabemos o que é preciso fazer, onde aplicar os recursos, a quem devemos
capacitar e habilitar para novos olhares. É preciso só da vontade
política de fazer.
PORTAL EAD BRASIL: Nos
últimos anos do Governo Lula e na Gestão da Presidente Dilma Rousself, a
Educação vem tentando recuperar sua imagem, através da luta pela
valorização do professor, das condições de trabalho, de projetos
educacionais, de leis e de formação de professores. Na sua opinião,
estamos avançando na qualidade educacional ou não?
Cláudio de Musacchio: O
movimento pela Educação está ocorrendo já faz algum tempo. A sociedade
brasileira sabe da importância que a educação tem na formação dos
jovens, mas busca seu espaço e importância junto aos órgãos públicos,
que não dão a mesma primazia. Nas últimas duas décadas o Brasil passou
por profundas mudanças na política, na economia, e seu desenvolvimento
ultrapassou todos os prognósticos previstos. O Brasil é hoje uma
economia forte, e o mundo começa a olhar para o Brasil com projetos de
investimentos e país possível para aplicação de seus capitais. Há muito
investimento sendo realizado. Na educação especificamente, estão
surgindo escolas de nível de excelência internacional, exportando
qualidade e metodologias inovadoras, enquanto outras ainda estão muito
atrasadas. As escolas públicas precisam participar dessa onda de
mudanças metodológicas e tecnológicas sob pena de se sucatearem
rapidamente. E neste contraste muito forte entre as que estão dando
certo e as que estão ficando para trás está a decisão de se capacitar
professores com metodologias e tecnologias para o ensino que se quer
para o século XXI. É preciso que os professores voltem a estudar e se
aprimorar, conhecer aspectos tecnológicos, buscar as metodologias de
exemplos vencedores e encontrar novos espaços de conhecimentos para seu
fazer docente, mesmo que suas instituições de ensino não os incentive
para isso.Deve ser desejo pessoal em querer alterar o atual quadro
educacional brasileiro.
PORTAL EAD BRASIL:
Existem duas forças atuando na Educação: metodologias educacionais e
tecnologias educacionais. Como estão essas forças e como elas podem
alavancar o Brasil para uma Educação que dê conta da formação dos jovens
para a cidadania e para o mercado de trabalho?
Cláudio de Musacchio:
As escolas brasileiras estão demorando demais para aceitar o seu eterno
papel, que é o de oportunizar para o seu povo ensino e aprendizagem de
qualidade. E isso significa, em outras palavras, aprender. Aprender para
ensinar. Aprender tecnologias e utilizar essas tecnologias como
instrumento de ensino, em primeiro lugar. Isso passa por necessidades
emergentes de capacitação de todo o tecido educacional, desde o porteiro
da escola até a sua gestão máxima. Não se trata de saber o que a
educação pode fazer pelas tecnologias, mas sim, o que as tecnologias
pode fazer pela educação. O outro ponto é mais severo ainda, a questão
metodológica. A Escola precisa recuperar sua hegemonia como centro de
excelência em construção de conhecimento, ou o mercado o fará, e já está
fazendo. As universidades corporativas estão criando também espaços
para o ensino fundamental e médio, substituindo a escola. É premente que
ela se ajuste a nova ordem social e se estabeleça como uma instituição
que vê o novo com bons olhos e estuda os fenômenos e incorpora em seus
projetos políticos pedagógicos (PPP). O Brasil realmente vai avançar a
passos largos quando perceber que educar é acima de tudo entender o que a
sociedade espera da escola neste momento. E todos nós concordamos o que
a Escola precisa ser para todos nós.
PORTAL EAD BRASIL: A
revolução social e educacional experimenta um novo paradigma atualmente:
as redes sociais. Elas estão dando voz para o povo, engendrando novas
forças de informação, de organização, revolucionando a maneira como se
relacionar na sociedade hoje em dia. Como as redes sociais podem
auxiliar a Educação?
Cláudio de Musacchio: O
mundo está dando um pulo significativo na forma de se relacionar e
trocar informações, ensinamentos e aprendizagens. Novos paradigmas e
novos paradoxos. As redes sociais trouxeram um novo viés ao já
complicado e intrincado movimento social estabelecido: rápido consumo
informacional, novas formas de agrupamento social, a forma de aumentar
seu grupo de relações, aumento substancial dos grupos de formação de
opinião, e o deslocamento do poder de massa dos veículos de comunicação
para as mãos da sociedade. O que as redes sociais podem fazer? Tudo. E a
Escola precisa se aliar rapidamente a essa nova estrutura de
organização para se engendrar nesse tecido social. A Escola se quiser
sobreviver e voltar a ser hegemônica, deve sair da Escola e entrar no
mundo virtual dos professores e alunos e participar ativamente dos
movimentos sociais, das relações existentes, das oportunidades que as
redes sociais subscrevem. Pode ser por aí a grande recuperação da Escola
como centro formador de opinião.
PORTAL EAD BRASIL:
Sabendo dessa importância toda que as redes sociais estão obtendo na
vida das pessoas, como trazer essas redes para o âmbito educacional?
Como a Escola pode se alinhar as redes sociais para melhorar a Educação?
Cláudio de Musacchio:
Primeiro, considerar que as redes sociais são por si só, um ambiente que
aprende e ensina ao mesmo tempo, numa velocidade estrondosa. Segundo, é
colocar as redes sociais a serviço da Educação, dentro das salas de
aulas, organizando os alunos em grupos, produzindo pesquisas, trocando
informações, produzindo materiais e conteúdos. As redes sociais tiram os
alunos da inércia natural que o modelo tradicional de ensino possui e
coloca o aluno realmente no centro produtor de conhecimento. Mas para
isso é preciso preparar professores com conhecimento do uso pedagógico
das redes sociais, para que ele entenda como esses ambientes podem ser
integrados à Educação. A Escola deve abrir-se rapidamente a toda e
qualquer tecnologia que se possa utilizar para
ajudar o aluno a querer
estudar e aprender. E todas as tecnologias têm esse potencial.
PORTAL EAD BRASIL:
Diante de tantas transformações metodológicas e tecnológicas ocorrendo
ao mesmo tempo na Escola, como é possível dar conta para que o
ensino-aprendizagem supere suas atuais dificuldades e avance para a
Educação que queremos no século XXI ?
Cláudio de Musacchio: O
movimento na Educação está ocorrendo nos dois sentidos. A metodologia
está sendo pressionada para incorporar tecnologias na Educação e as
tecnologias que os alunos trazem para a Escola está pressionando a
mudança metodológica de ensinar e aprender. O que mais se houve falar
hoje em dia é: porque temos que desligar os celulares em sala de aula?
Porque não posso utilizar o tablet para fazer pesquisas na Internet?
Porque não temos aulas diariamente com um computador em nossa mesa?
Esses e outros questionamentos oportunizam uma discussão que precisa ser
realizada e resolvida. Se a Escola vai trabalhar com tecnologia é
preciso que todos os alunos tenham acesso a ela e isso esbarra na
condição financeira de aquisição por essa ou aquela tecnologia. Os
equipamentos estão cada vez mais baratos e acessíveis a população. Hoje,
praticamente todos os alunos possuem celulares. Logo, este dispositivo
já deveria estar sendo utilizado dentro da sala de aula, sem que
houvesse custo adicional. Mas a Escola não sabe utilizar o celular ou
não possui aplicações educacionais para seu uso pedagógico. Então é
preciso investir em ações inovadoras e criativas. Exemplos pontuais
estão colocando estudantes para desenvolver projetos educacionais,
utilizando as linguagens de programação dos celulares.
PORTAL EAD BRASIL:
Muitas Escolas reclamam que os alunos perdem rapidamente a concentração
com o uso de tecnologias na sala de aula. Como contornar essa situação?
Cláudio de Musacchio: É
preciso disciplinar em sala de aula o uso de tecnologias, da mesma
maneira que você disciplina os alunos para abrirem e fecharem seus
livros e cadernos. Existe a hora de ouvir, de falar, de desenhar, de
pesquisar, de colaborar. Não vejo problema nisso, é preciso metodologia.
Quanto ao uso de tecnologias eletrônicas e dispositivos móveis, também
devem ser ligados e desligados no momento adequado, conforme a
estratégia de ensino que o professor esteja adotando no momento. O
importante é que elas estejam incorporadas ao processo. O aluno não deve
nunca imaginar que seus dispositivos móveis não colaboram com seu
aprendizado ou que atrapalham a sua formação.
PORTAL EAD BRASIL:
Algumas correntes educacionais argumentam que as tecnologias aumentam
substancialmente a sobrecarga cognitiva. Até que ponto esses
dispositivos prejudicam a aprendizagem?
Cláudio de Musacchio:
Tudo que é demais faz mal. Ficar dezenas de horas seguidas trabalhando
num dispositivo pode trazer danos a saúde física e mental. É preciso
educação para utilizar os equipamentos e isso a escola deve ensinar
também. Quanto a sobrecarga cognitiva não podemos esquecer que nosso
cérebro não para nunca de trabalhar e estudos recentes na área da
neurociência mostram que utilizamos diversos sentidos para aprender. As
tecnologias não prejudicam a aprendizagem, o que prejudica a
aprendizagem é a falta que esses dispositivos fazem para melhorar a
qualidade da aprendizagem. Se os alunos possuem sobrecarga cognitiva
fora da escola e estão aprendendo rapidamente, porque não aplicar essa
sobrecarga cognitiva também na escola. È melhor pecar pelo excesso do
que pela falta. Mas é preciso considerar que para tudo há um limite e a
escola precisa ditar esses parâmetros.
PORTAL EAD BRASIL:
Com as novas tecnologias, os alunos se acostumam a uma demanda
informacional trazidas pelos textos, figuras, fotos, áudios e vídeos, e a
um volume diário de conteúdos muito maior do que as gerações passadas.
As crianças de hoje em dia possuem mais recursos tecnológicos, dentro e
fora da Escola. Essa gama de informações prejudica seu desenvolvimento
cognitivo e ou intelectual?
Cláudio de Musacchio: A
comparação do que uma criança aprendia na década 60 com a de agora nem
se compara. O mundo se globalizou, as tecnologias circundam os alunos
fora da Escola, tornando-os super consumidores de informações. Eles
estudam ao mesmo tempo em que ouvem música, teclam nos celulares,
visualizam suas páginas no FACEBOOK, e conversam no skype. Toda essa
agitação pode levar a um stress sem dúvida. O papel da Escola é ensinar
os alunos a utilizar todas essas tecnologias da maneira mais saudável
possível. Mas se a Escola proíbe essas tecnologias na Escola como vai
falar delas nas salas de aulas. Os alunos ficam sem uma orientação neste
sentido. É neste sentido que digo que a Escola precisa encontrar seu
real papel na sociedade em transformação. Quanto a demanda por inúmeras
mídias utilizadas na sala de aula, isso melhora e potencializa o
entendimento dos fenômenos e conteúdos escolares. A pedagogia
experimental, a pesquisa científica em sala de aula e as metodologias
interdisciplinares estão contribuindo para o uso multimídia do processo
ensino-aprendizagem, melhorando a qualidade do ensino e tornando a
aprendizagem mais significativa e duradoura. A aprendizagem precisa
fazer sentido, hoje, agora, e não no último ano da Escola.
PORTAL EAD BRASIL:
Como o FACEBOOK, um ambiente virtual de construção de conteúdos, poderá
auxiliar os professores e alunos para essa aprendizagem significativa?
Cláudio de Musacchio:
Dentro das aplicações das redes sociais, o FACEBOOK é o mais importante
instrumento criado nos últimos tempos e que se diferencia de todos os
outros modelos utilizados na Educação. Seu grande diferencial repousa no
fato de ser um ambiente de produção, tirando os alunos de sua inércia
natural e fazendo-os pesquisar, colaborar, produzir conteúdos. Apesar do
uso pelos alunos não ser educacional, sua utilização leva a uma
aprendizagem social. A informação que cada aluno recebe diariamente
constrói conceitos e forma opiniões que poderão ajudá-lo ou atrapalhá-lo
em sua vida posterior. É papel da Escola, mais uma vez, que esse uso
seja ensinado para que ele consiga discernir o certo do errado, da
informação científica e não científica, do que é verdade e do que é
mentira. Paulo Freire sempre dizia que a transformação social estava
acontecendo fora da escola através da pedagogia social, isto é, do que
se aprende fora da escola. Se a Escola desconhecer isso, ou não der a
devida importância, seus alunos terão aprendido muitas coisas, e se essa
aprendizagem não estiver correta, será muito mais difícil para ela,
consertar isso. O FACEBOOK já era para estar dentro do programa
educacional das escolas, seu ambiente é ótimo para interações,
colaborações, trabalhos em grupo, vida em grupo. Os alunos são
gregários, dependem uns dos outros para formarem opinião. Só nos EUA
existem milhões de grupos de estudos pelo FACEBOOK. Abra o FACEBOOK e
pesquise os grupos em inglês e veja por você mesmo.
PORTAL EAD BRASIL: A
Educação a distância cresce em volume no mundo todo. Como essa
modalidade de ensino está evoluindo no Brasil? Existem melhorias que
podem ser realizadas para tornar essa modalidade mais presente nas
escolas?
Cláudio de Musacchio: A
educação a distância como metodologia veio para ficar e já se instalou
em todos os processos sociais, nas empresas e nas indústrias, e também
nas universidades. Nas escolas, existe ainda pouca ou quase nenhuma ação
neste sentido. As leis brasileiras estão muito tímidas em relação ao
uso da modalidade. Se quisermos colocar no mercado futuros homens com
habilidades para estudarem sozinhos, em casa, se aprimorando o tempo
todo, se relacionando com os demais através de aparelhos eletrônicos,
muitas vezes dados pela própria empresa onde irão trabalhar,
precisaremos, hoje, modificar a forma como essa capacitação pode ser
realizada. O modelo educacional deverá ser utilizado como aprendizagem
da modalidade, para que os alunos se habituem a ele, mas também como
instrumento educacional e estratégia de ensino. Os alunos aprendem a
trabalhar em grupo, produzem materiais em grupo, utilizam emails,
plataformas de edição de textos coletivos, constroem objetos a várias
mãos. A educação a distância deve ser ensinada aos mais jovens, mesmo
sem a distância, na sala de aula, para que mais tarde tenham a cultura
do uso e da sua importância no mundo organizacional.
PORTAL EAD BRASIL:
Quais são os perigos que você vê no uso de redes sociais,
FACEBOOK e
outros aplicativos e da imagem que os alunos publicam se si mesmos na
Internet?
Cláudio de Musacchio:
Mais uma vez a Escola peca por não estar a frente desse gravíssimo erro
estrutural. Ao mesmo tempo em que a faca corta os alimentos, ela pode
machucar o dedo. Tudo depende do uso que se faça da exposição da imagem.
Acho que os jovens, por não terem na Escola um acompanhamento mais de
perto sobre isso, estão se expondo demais, suas vidas, suas vontades,
seus corpos. O problema grave é que na Internet a memória é eterna.
Sempre haverá alguém com suas imagens, postando na hora mais errada da
sua vida, exibindo para familiares, filhos e netos. Hoje muitas empresas
de colocação de pessoal, vasculham nas redes sociais o perfil de seus
candidatos antes de fecharem seus contratos de trabalho. Mas também é de
responsabilidade dos pais parte dessa eterna vigília pelo bom uso das
redes sociais. Mais do que nunca, os pais devem se inteirar do que os
filhos estão fazendo e participar mais ativamente do mundo virtual dos
filhos. Escola, professores, alunos e pais devem estar juntos, em todos
os momentos, presenciais e virtuais, na eterna vigília, porque assim
como a Internet é uma janela para o mundo, também é uma janela para
dentro de nossa casa, e quem está lá fora, quer entrar, e sabe-se lá com
que intenção.
PORTAL EAD BRASIL:
Quais seriam suas recomendações para melhorar significativamente a
Educação no Brasil e a Escola em particular?
Cláudio de Musacchio:
Puxa vida é uma pergunta muito ampla. Mas resumindo poderia dizer que a
Educação no Brasil poderia alcançar melhores níveis se tentasse resolver
alguns problemas mais prementes e pontuais como:
aa) MELHORIA
FINANCEIRA DOS PROFESSORES. Não podemos imaginar uma educação melhor se
os professores precisam estar em várias escolas para conseguirem
melhores condições financeiras. O ensino deve ser integral e os
professores precisam acompanhar esse processo de integralidade.
bb) CAPACITAÇÃO
PERMANENTE DOS PROFESSORES. É difícil imaginar numa melhoria da
educação sem que os professores sejam capacitados e habilitados para
entender os processos, metodologias e equipamentos tecnológicos e seu
uso pedagógico. A formação deve ser contínua e os novos conhecimentos
devem ser aplicados na Educação, de preferência, na mesma velocidade com
que as novidades ocorrem.
cc) ABERTURA
DA ESCOLA PARA NOVAS TECNOLOGIAS. É difícil imaginar numa melhoria da
educação se a Escola não conhece os recursos que o aluno traz todos os
dias para a Escola. É preciso que a Escola aprenda com a tecnologia e
ensine com a tecnologia, para que os alunos aprendam pela tecnologia e
com a tecnologia.
dd) PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES. De nada adianta tecnologia se velhos
hábitos continuam sendo vivenciados na Escola. É preciso uma ampla
reforma metodológica para que a forma de se ensinar seja compatível com a
educação que queremos para o século XXI. Uma aprendizagem para ser
duradoura e significativa precisa passar necessariamente pelo afeto,
posto que são relações humanas, e precisa ser duradoura, para além do
período escolar.
ee) REDES
SOCIAIS E O FACEBOOK. Que a Escola tome pra si a responsabilidade de
educar as crianças para o uso adequado das redes sociais. E que utilize
amplamente em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) as redes sociais
para que as crianças aprendam mais e melhor, e que vivenciem
experiências nas redes sociais que serão muito úteis em sua formação e
cidadania, caráter, ética, oportunizando a construção de seres
político-sociais capazes de pensar e discernir criticamente os fenômenos
científicos e sociais de seu tempo.
ff) RECUPERAÇÃO
DO PAPEL DA ESCOLA NA SOCIEDADE. A Escola perdeu o respeito por ela
mesma. E isso todos nós devemos fazê-la recuperar. A Escola deve ser o
centro norteador de formação de indivíduos, de órgão responsável pelo
Ensino e pela Educação, juntamente com os pais. Cabe a Escola muitos
papeis que precisamos urgentemente que ela assuma novamente. E que não
tenham medo da palavra disciplina, ordem e progresso, pois não há nada
de reacionário nisso. Todos os outros valores estão apoiados nessas
premissas.
Cláudio de Musacchio é
doutorando em Informática na Educação - PGIE Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Mestre em Educação pela Universidade Luterana do Brasil,
pós-graduado em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá -
Rio de Janeiro e presidente do PORTAL EAD BRASIL e membro da SOCIEDADE
BRASILEIRA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, coordenador do grupo de estudos
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA, ministrando palestras e dando consultorias nas
abordagens e ferramentas gerenciais: gestão de inovação, comunidades de
prática, gestão estratégica da informação, aprendizagem organizacional,
gestão de capital intelectual, inteligência competitiva, gestão de
competências e ferramentas de TI.
Fontes: Baguete
Fontes: Baguete

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